quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A tragicomédia da vida

Corrói-me pensar nas insignifâncias em que já me deparei durante minha vida; essa banalidade ocasional que traz-nos à realidade, submersa através da utopia. Poderia encontrar na realidade um verdadeiro escape, um sentido, uma válvula que pudesse transformar meus dias cinzentos numa claridade arrebatadora; mas nunca encontrei-a e receio nunca conseguir encontrá-la. Daí surge a necessidade da utopia imaginária, dos pensamentos fantásticos, das ilusões permanentes. Sei que jamais um ser humano comum, conseguirá lucidamente ir de encontro com o sentido(ou falta de) que faz-se a vida; uma pessoa assim, só tem dois fins: o suicídio ou/e a loucura. E como nossa sanidade permite representar esses pensamentos, optamos pelo caminho fácil: das (des)ilusões.

Estamos inseridos numa tragicomédia tão grande quanto os filmes do Tarantino, mas sendo ainda pior; enquanto cinema geralmente trata-se de ficção(podendo refletir aspectos reais), a vida trás consigo uma crueza mórbida e indestrutível, real e palpável. Poderíamos acreditar na tragédia quando vivemos e sofremos em demasia, e consideramos cômica quando estamos no pólo contrário, ou na pior das hipóteses, vendo outrem sofrer. É por isso que costumo dizer: na dor conhecemos nossos amigos, na alegria não conhecemos ninguém, nem mesmo nossa própria identidade.

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