quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
O ápice da solidão
Você olha pro lado, não vê ninguém. Olha pro outro e só enxerga sua própria sombra. O quão solitário um ser humano pode ser? A qual nível de solidão existencial e física alguém é capaz de suportar? Eu, naturalmente, sempre fui um indivíduo um pouco afastado da maioria, nos dois aspectos (físico e existencial) Porém, o primeiro deles - o físico - nunca sequer me incomodou, tirando momentos de isolamento extremo. Agora, o segundo, é sim aterrorizante e amedrontador. Saber que existem pessoas que estarão do seu lado para apoiar-me nas dificuldades e para rir das vitórias é um consolo... Mas e quando essas pessoas, sendo mais específico, esses amigos, cuidam das suas próprias vidas? É uma maré de desgosto rondando à sua volta. Aqueles seus amigos, cujas conversas gravitavam em torno da solidão existencial do homem, já não estão mais assim. Você não "divide" sua solidão com os outros. Apenas diminuiu seus contatos e, para suprir tal carência, é necessário que haja uma pessoa tão solitária quando você para lhe deixar, no mínimo, contente. Mas aí eu pergunto: E quando não sobra nenhum amigo? Quando, indubitavelmente, seus melhores amigos estão vivendo suas próprias vidas, namorando, se divertindo, enquanto você ainda está afundado na lama? Juro que não sou tão egoísta à ponto de não ficar feliz por ele, ora, pelo menos saíram do buraco que implica na solidão. Em contrapartida, com quem podemos dividir nesse momento de distância minhas angústias mais profundas? É nesse momento que um ser humano fica se perguntando se a solidão é realmente um privilégio dos espíritos eminentes ou somente uma condição dos fracos.
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